Caffeminina

sexta-feira, novembro 25, 2016



De Miolo de Pão 

Por Thalita Ferreira 

"A improvisação de absorventes internos com miolo de pão, além da ausência de papeis higiênicos"

  Após acordar li um artigo no site Catraca Livre do qual fazia menção a realidade das cadeias femininas, lembrei-me de um livro chamado "Presos que menstruam", a palavra presos no masculino tem origem irônica, pois mesmo usando mais itens de higiene pessoal, necessitando de mais recursos médicos e farmacêuticos, as mulheres não os têm assim sendo tratadas iguais os homens no período carcerário.
   Entre algumas denuncias feitas pelas presidiarias, estão as queixas da ausência de saneamento e higiene básica. Entre elas a que mais chocou a sociedade –ao ter conhecimento– foi a improvisação de absorventes internos com miolo de pão, além da ausência de papeis higiênicos já que não se usa a mesma quantidade quanto um homem.
   Outro assunto pouco conhecido sobre essa realidade são as visitas íntimas que as presidiarias recebem, pouco falado na mídia, elas acontecem quase da mesma forma que a dos homens sendo a única diferença a quantidade de visitantes.



    Em uma pesquisa feita na penitenciária de São Paulo por uma aluna da UNG (Universidade de Guarulhos) em 2013, 90% das presas não recebem visitas íntimas e 45,7% não recebem visita social. Esse fato acontece decorrente ao abandono dos seus maridos ou cônjuges, as visitas de filhos e outros familiares também são bem raras, pela exposição e incomodo nas revistas íntimas. Por causa da sensação de abandono social é comum presas terem depressão, principalmente ao achar que não se encaixam mais na sociedade e cultivam o medo de não conseguirem empregos.
     A FUNAP, fundação “Prof. Dr. Manoel Pedro Pimentel” tem o objetivo de contribuir para inclusão social dos presos, desenvolve programas sociais como cursos de capacitação profissional ajudando-os na reintegração social. Conta com assistência jurídica aos presos carentes, com 271 advogados para atender uma população prisional de cerca de 165.000 presos recolhidos em 148 unidades prisionais.
Infelizmente a situação carcerária é muito preocupante principalmente pela lotação excessiva tornando mais complicada a convivência das presas, é necessário redobrar a atenção para elas, oferecer-lhes apoio psicológico e profissional caso ao contrario, ao invés de ser uma medida corretiva seria um escola para novos crimes.





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